Epidemia de crack aumentou número de
bebês com HIV
POR PAMELA OLIVEIRA
Rio - Uma herança maldita. Bebês com o vírus HIV voltaram a
ser realidade nas maternidades do Rio. A Sociedade Viva Cazuza, que não recebia recém-nascidos infectados há 6 anos,
abrigou 12 nos últimos 18 meses. No mesmo período, o Abrigo Evangélico da Pedra
de Guaratiba acolheu 14. Muitos são filhos de mães viciadas em drogas como o
crack.
“É lamentável. Nos últimos anos, só tínhamos adolescentes,
mas ano passado começamos a receber bebês com anticorpos e outros já com o
vírus. Segundo o Juizado, geralmente são filhos de usuárias de droga. Tivemos
que reabrir nosso berçário”, afirma Christina Moreira, coordenadora de projetos
da Sociedade Viva Cazuza, em Laranjeiras. Coordenadora do abrigo evangélico,
Ana Chelly explica que bebês que já têm o vírus “terão que tomar medicamento a
vida toda”.
Como O DIA mostra desde domingo, o uso do crack por
mães e pais fundamenta a maioria dos pedidos de perda da guarda de crianças
feitos pelo Ministério Público Estadual. Em casos de bebês afastados de suas
famílias pela Justiça, a frequência é de 90%.
Muitas
usuárias de crack se prostituem para conseguir a pedra e engravidam. A
incidência de grávidas tiradas de cracolândias por assistentes sociais da
prefeitura é alta.
Grávida viciada rejeita tratamento
Assessor
técnico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde,
Marcelo Araújo admite que o Ministério da Saúde já recebeu relatos do
nascimento de bebês infectados por mães usuárias de crack soropositivas. Ele
informa que a dificuldade é fazer com que elas elas sigam o tratamento para
reduzir o risco de transmissão.
“Temos observado uma dificuldade grande de instituir tratamento
nessas mulheres porque a droga muda as suas prioridades. Elas acabam não
aderindo ao tratamento da forma necessária”, afirma.
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VIVA A VIDA SE BEBER NÃO DIRIJA
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