quarta-feira, 20 de março de 2013

Renato Chiera critica internação compulsória preconizada pela Prefeitura do Rio


Rio -  Como um bom samaritano, o padre Renato Chiera, de 70 anos, há dois anos percorre cracolândias do Rio e da Baixada Fluminense com um grupo de voluntários para salvar usuários de crack. Fundador da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, em Nova Iguaçu — onde há quase três décadas se dedica à proteção de crianças e adolescentes em situação de risco —, Chiera se orgulha de já ter afastado pelo menos 30 menores do vício do crack em 24 meses.

Jovens de até 18 anos são acolhidos em abrigos vinculados à Casa do Menor. “Se tivéssemos salvado uma vida, estaríamos felizes. Trinta, então…”, diz o padre, orgulhoso.
Na semana passada, ele denunciou, através de carta, à ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, e numa entrevista à Rádio Vaticano, transmitida para diversos países, “a forma equivocada” com que a Prefeitura do Rio vem acolhendo crianças, jovens e adultos usuários de crack para internação compulsória (contra a vontade do dependente).

“Nós agimos com amor, sem repressão. O que o governo municipal tem feito é desumano. Estão varrendo seres humanos como lixo”, desabafou, Chiera, que pretende ainda levar o assunto ao papa Francisco, que virá ao Brasil em julho, na Jornada Mundial da Juventude.
Chiera disse ter ficado “horrorizado” ao acompanhar uma ação de acolhimento compulsório da Prefeitura no dia 19 de fevereiro. “Foram cenas degradantes. Vi agentes usando até cordas para que os pobres usuários, já bastante debilitados, tropeçassem e fossem pegos. Estão apenas expulsando os viciados de certos locais. Eles acabam se fixando em outros pontos. Não existem leitos suficientes, metodologia de tratamento e, muito menos, transparência sobre o que estão fazendo com esses doentes”, critica Chiera.

Críticas à falta de locais para tratamento
Em carta enviada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o padre Renato Chiera pede ajuda. “Não conseguimos livrar mais pessoas do vício por falta de espaços para internações e que estendam também o tratamento para as famílias”, explica.
O padre criticou a ação da Prefeitura no mês passado, quando foram feitos 99 acolhimentos — 91 adultos e oito crianças e adolescentes — na cracolândia da Avenida Brasil, altura do Parque União, no Complexo do Maré.
Segundo ele, boa parte dos usuários voltou ao local no dia seguinte à ação. “Sem amor, sem carinho, sem uma estrutura de saúde confiável para um tratamento de médio a longo prazo, não em 15 dias, a situação só tende a piorar”, prevê o padre.

Mutirão entre integrantes de igrejas
Padre Chiera propõe um mutirão de acolhimento e tratamento de viciados entre integrantes de igrejas católicas e evangélicas. “As igrejas são as únicas instituições com capacidade de agir sem agredir, humilhar. A violência e a falta de tratamento adequado só fazem aumentar os cemitérios de vivos. Nossa presença precisa aumentar, de forma silenciosa e sem armas”, adverte.
Segundo Chiera, a proposta é que as denominações religiosas se unam em massa para a criação de espaços para o tratamento de dependentes químicos, especialmente o crack.

Aprendizado com viciados
Entre as muitas visitas a cracolândias, Chiera conta que ele e sua equipe colecionaram histórias incríveis. “Nós aprendemos muito com eles (viciados). Dizem que vivem em grupos para se ajudarem. Quando a gente chega, às vezes, sem levar comida, eles abrem os braços e os sorrisos do mesmo jeito e dizem: ‘não tem problema. O importante é que vocês vieram aqui’”, ressalta o padre.
X., de 14 anos, é uma das meninas grávidas que perambulam pelas cracolândias. Ela e Y., de 17, se queixam do abandono: “Só esse povo de igreja é que nos procura querendo conversa, e não nos bater”, disse Y.Fonte: O Dia

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Tadeu Araújo Faria
Coordenador Assessoria Católica de Fé e Política & Política com Fé
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               Política com Fé Tadeu Araújo Faria         

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